Empédocles de Agrigento


Empédocles de Agrigento foi um filósofo e pensador pré-socrático grego. Ele nasceu por volta do ano de 492 a. C., na cidade de Agrigento, na Sicília.

Com uma escrita que visava encantar e convencer emocionalmente, Empédocles expressou em belos versos o seu modo de pensar bem como seu conhecimento sobre a Natureza e sobre religião.

É conhecido por ser o criador da teoria cosmogênica dos quatro elementos, que influenciou o pensamento ocidental de uma forma ou de outra, até quase meados do século 18.

Ele também propôs poderes chamados por ele de "Amor" e "Ódio", que atuariam como forças capazes tanto de formar elementos quanto separá-los. Essas especulações físicas faziam parte de uma história do universo que também trata da origem e do desenvolvimento da vida.

De família rica e ilustre, Empédocles teria sido vitorioso em uma das provas das Olimpíadas. Vestia-se de púrpura e portava um diadema de ouro. Era um gênio extremamente versátil, interessando-se por biologia, física e medicina. Foi também legislador, médico, poeta e dramaturgo. Seus discípulos o adoravam como a um deus.

Deve-se a Empédocles a descoberta de que o ar é uma substância distinta do espaço vazio. Aristóteles atribui a ele um experimento para comprovar a pressão do ar como substância independente utilizando uma clepsidra (relógio de água).

Ele também criou a arte retórica (arte de falar bem, de se comunicar de forma clara). Foi o primeiro a explicar a origem das espécies por uma seleção natural em que sobrevivem os mais aptos. Também descobriu a força centrífuga. Na astronomia, identificou que a luz da Lua procedia do Sol e que a Terra era uma esfera.

O poeta alemão Friedrich Hölderlin o colocou como herói de uma tragédia lírica. Segundo a tradição, Empédocles teria morrido atirando-se na cratera do vulcão Etna.


A arché de Empédocles


Para os filósofos pré-socráticos, a arché seria um princípio que deveria estar presente em todos os momentos da existência de todas as coisas; no início, no desenvolvimento e no fim de tudo. É um princípio que explica a origem de todas as coisas.

Empédocles de Agrigento concordava que a Natureza possuía uma só origem, mas inovou ao pensar essa origem não apenas era derivada de um princípio único, mas sim composta de quatro raízes fundamentais: terra, fogo, ar e água.

A Teoria dos Quatro Elementos foi criada por Empédocles, por volta do século V a.C. E, em 350 a.C., outro filósofo grego muito conhecido, Aristóteles, retomou essa ideia e acrescentou que cada um desses elementos tinha um devido lugar e procurava permanecer nele ou encontrá-lo.

Segundo Empédocles, esses quatro elementos são as substâncias mais simples das quais derivam todas as outras, são os elementos básicos que não mudam nunca sua qualidade. Era a partir da reunião e separação desses elementos que todas as coisas surgiam.

O surgimento e desaparecimento das coisas e o DEVIR (transformação constante de tudo), devem-se à mistura desses elementos distribuídos em várias proporções. O que caracterizava cada ser era a predominância de um ou outro destes elementos.
No entanto, mesmo considerando os quatro elementos fundamentais que sempre permanecem em todas as transformações, a causa que provocava a reunião ou separação destes elementos era extrínseca a eles. Segundo Empédocles, o Amor e o Ódio são os dois elementos universais que proporcionam o movimento de reunião e separação das substâncias.

Empédocles dizia existir forças antagônicas cósmicas capazes de realizar o processo de atração e repulsão. Para ele, os opostos não se atraem, mas pelo contrário, o semelhante atrai o semelhante e o dessemelhante repulsa o dessemelhante. O Amor é a força cósmica que une os elementos e o ódio ou a discórdia causa a desunião e a consequente separação dos elementos. Quando o amor ou a amizade é mais forte, os elementos se juntam em uma unidade. E, ao contrário, quando o mais forte é o ódio ou a discórdia os elementos se separam e voltam a ser unicamente água, terá, fogo ou ar.

Mas, se o amor prevalecesse totalmente, todos os elementos estariam ligados em perfeita harmonia e o universo seria um Todo indiferenciado. Não existiria o sol a terra ou o mar, mas uma unidade de tudo que Empédocles denomina como sendo o Esfero. E, ao contrário, se toda a força for do ódio, os elementos ficariam completamente separados, fazendo também com que o cosmos não exista. O equilíbrio entre as duas grandes forças é que mantém o mundo como ele é. Portanto, para que o mundo exista devem existir tanto os elementos positivos quanto os negativos.

Com essa visão, Empédocles inaugurou a forma “pluralista” de pensar a Natureza. Isso quer dizer que vários elementos são os constituintes da realidade, não apenas um, como pensavam os primeiros filósofos.

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